SUPERMAN NOS CINEMAS

Dando continuidade a série sobre as origens do Superman, hoje vamos tratar sobre suas primeiras iniciativas fora das Histórias em Quadrinhos.
Tudo começou em 1947, quando a Columbia Pictures resolveu produzir uma cinessérie de quinze capítulos intitulado simplesmente de “Superman”.
Para os executivos da Columbia, uma cinessérie do Homem de Aço pareceria extraordinariamente apropriado para ser produzida, as filmagens duraram cerca de dois meses, sob um custo de mais de 350 mil dólares, se tornando uma das séries mais caras da época.
Em fevereiro de 1948, chegava aos cinemas, nas matines de sábado, o primeiro capítulo de cerca de 20 minutos, de “Superman Chega à Terra”, mostrando a origem do Superman, claramente inspirada no romance lançado pelo George Lowther em 1942.
Para o papel de Clark Kent/Superman, foi escalado o jovem ator John Feggo Jr., mais conhecido como Kirk Alyn, nascido em Oxford, no estado de New Jersey, em 08 de outubro de 1910, ele conseguiu representar bem o Superman, Kirk era bailarino da Broadway e por possuir um corpo atlético, exigiu pouquíssimo enchimento no uniforme do Herói, porém nem tudo era 100% perfeito, em decorrência da roupa restritiva, um pesado macacão de lã, tingida de marrom e cinza, para sugerir as cores primárias do Herói na tela em preto & branco, o esforço era maior em decorrência da necessidade de se fazer referência aos quadrinhos, com o peito inflado e ombros para trás o tempo todo, mesmo quando o personagem estava em repouso.
Além do Alyn, a produção contou com os atores Noel Neill no papel de Lois Lane, Tommy Bond como o jovem Jimmy Olsen e Pierre Wathin como Perry White, o Editor do Planeta Diário. Como vilã tivemos a atriz Carol Forman no papel de Spider Lady, uma líder de bandidos que pretendia dominar o mundo do crime de Metrópolis.
Para as crianças acreditarem que o Superman era real, os produtores creditavam a Kirk Alyn apenas o papel de Clark Kent, enquanto que o papel do herói era do próprio Kal-El. A falta de recursos tecnológicos era compensada pela criatividade, exemplo disso foi à alternativa encontrada para as cenas de voo. Após uma fracassada tentativa de usar fios, nos quais Kirk se feriu logo na primeira tentativa, a solução encontrada foi usarem desenhos animados, as transições de animação para live-action são realizadas com uma certa suavidade, além de uma alta qualidade nas cenas animadas, tudo isso acarreta um efeito convincente para a época. É fácil se transportar para uma das salas de cinema, em 1948, lotada de crianças gritando, aplaudindo e vibrando na primeira vez que o Superman trocou de roupa e alçou voou.
“Superman” teve uma ampla campanha de marketing nas HQs da época, a editora estava determinada a divulgar para o público-alvo, a estreia da cinessérie.
Ao termino dos quinze capítulos, a Columbia tinha arrecadado cerca de Um milhão de dólares em bilheteria, mostrando ao estúdio que eles tinham um grande sucesso em mãos, com isso os planos para uma sequência foram postos em prática.
Em 1949, o Superman voltava aos cinemas com uma nova cinessérie, desta vez com o titulo de  chamada “Superman v The Atom Man”, este foi o primeiro filme que apresentou Lex Luthor como vilão principal, sendo interpretado pelo ator Lyle Talbot, que por não querer raspar a cabeça usou no inicio da série uma espécie de capacete de robô e depois um gorro de borracha para esconder os cabelos.
Na trama Luthor roubava produtos radioativos para tentar produzir kryptonita sintética, porém ao expor o Superman a radiação, ocorre um efeito adverso, ele condena o Herói a uma existência etérea, condenado a uma dimensão chamada “The Empy Doom”, essa dimensão se tornou a precursora direta da Zona Fantasma, que foi introduzida na mitologia do personagem mais de uma década depois. “Superman v The Atom Man” teve algumas melhoras nos efeitos de voou, em comparação com a cinessérie anterior.
Essa primeira versão do Luthor contou com um sotaque curioso, que foi vagamente associado à Transilvânia e a Lois veio menos rabugenta, ponto para a Noel Neill, infelizmente a trama contou com um ritmo prejudicado pelos ganchos de suspense, entre um episódio e outro, mais simplistas em comparação com a produção anterior. Para completar a TV estava chegando com força e prometia a euforia do cinema, aliada ao conforto da sala de estar.
Estamos agora em 1973 e diferente de hoje, os Super-Heróis não possuíam uma gama tão grande de popularidade. O produtor de cinema Alex Salkind acreditava que as bobagens das manhãs de sábado deveriam ser deixadas para os mascates de produtos infantis, tipo os Disneys e Hanna-Barberas do mundo.
Porém pouco tempo depois Alex decidiu investir em um Super-Herói específico, para isso ele entrou em contato com alguns investidores europeus, oferecendo a ideia de levar o Superman para a tela grande, e eles a aceitaram com entusiasmo.
Animados, Alex Salkind e seu filho, Ilyn Salkind, justamente com seu produtor associado, Pierre Spengler, entraram em contato com os estúdios da Warner Bros., proprietária da DC Comics, no intuito de negociar a compra dos direitos de adaptação do Superman.
A equipe de produção da Warner Bros. adorou a ideia de vender os direitos de produção de uma obra que seria tão cara e arriscada, no entanto, quando a notícia de uma possível venda chegou aos escritórios da DC, os editores das HQs anunciaram que iriam proteger, a todo custo, seu personagem mais conhecido, mais vendido e principalmente, o mais antigo.
Eles sabiam que as vendas e popularidade, que andavam em declínio nessa época, do Superman iriam as alturas com o sucesso de um filme de sucesso, porém caso a produção fosse um fracasso, isso  poderia prejudicar a marca do personagem de uma forma tão grande, que seriam necessários décadas para reparar o dano. Os editores do Superman defendiam que um filme bem-sucedido teria que ser fiel o máximo possível ao personagem, e isso significava que eles tinham muitas perguntas, em relação a história, para fazer aos Salkinds.
Em pouco tempo os Salkinds compraram os direitos do Superman por cerca de US$ 4.000.000,00. Eles e a Warner Bros. assinaram um acordo chamado Trato Negativo, que consistia em os Salkind pagarem os custos da produção, enquanto que a Warner Bros. ficaria com os direitos de exibição nos cinemas dos Estados Unidos e no resto do mundo. Quanto aos lucros, eles seriam repartidos entre ambos.
A divulgação do filme começou durante o Festival de Cinema de Cannes, em 1974, onde um avião com uma faixa sobrevoou a Croisette anunciando o inicio da produção do filme. Logo depois Alexander, foi falar com o editor da D.C. Comics, Julius Schwartz, que além de ter adorado a ideia, ainda recomendou a escritora de ficção Leigh Brackett sua amiga para escrever o roteiro, Salkind agradeceu, mas recusou.

O nome que encontraram foi o de Mario Puzo, roteirista do filme “O Poderoso Chefão”. Puzo  se reunindo com os redatores da DC para ouvi-los e tentar entender o personagem. O redator de Superman na época, Elliot Maggin, fala como foi esse encontro:

“Antes que eu entendesse o que estava acontecendo, Mario Puzo chega à biblioteca da DC, acompanhado pelo editor Nelson Bridwell e começa a examinar os quadrinhos do Superman. Cary Bates e eu acabamos passando dois dias em uma sala de reunião com Puzo e seus enormes charutos cubanos. Até que chegou um momento, no segundo dia, em que ele franziu a testa, olhou para nós e disse: ‘Bom, essa coisa é uma tragédia grega.’ Nós nos entreolhamos, olhamos para ele, e um de nós
respondeu: ‘É o que estamos tentando lhe dizer’.”

Em outubro de 1975, Puzo entregou um enorme roteiro de mais de trezentas páginas, que os Salkind consideravam impossível de filmar. Eles pediram um novo roteiro, porém Puzo estava cansado do Homem de Aço e se desligou do projeto. Os produtores procuraram David Newman e Robert Benton para escreverem, no entanto o Benton abandonou o projeto, nesse momento a esposa de Newman, Leslie, foi convidada para trabalhar nos diálogos de Lois Lane.

Primeiro, eles decidiram dividir o roteiro de Puzo em duas partes, guardando uma grande batalha do Superman com os vilões kryptonianos para um segundo filme. Depois, extraíram alguns elementos de humor de Puzo, como o fato do Superman confundir um homem, interpretado pelo ator Telly Savalas, o detetive Kojak da série de TV, com o vilão Lex Luthor, isso sem falar no fato de que Clark Kent não seria repórter do Planeta Diário, mas sim, um apresentador de um telejornal e incluíram os deles.

Com a história pronta era hora de começar a escolha do elenco. Para o papel de Jor-El a escolha mais lógica era a de Marlon Brando, apesar do fato do seu salário ser astronômico para a época, mais ou menos US$ 4.000,000,00 por quinze dias de trabalho. A primeira escolha para direção foi a de Guy Hamilton diretor dos filmes 007 Contra Goldfinger e 007 – Os diamantes São Eternos.
A pré-produção seria iniciada em Roma, porém, por motivos financeiros, a moeda italiana sofreu uma supervalorização, os produtores resolveram fazer as filmagens em Londres, na Inglaterra. Mas aí surgiu um grave problema, por encontrar-se em debito com o Imposto de Renda inglês, Hamilton só poderia permanecer no país pelo tempo máximo de trinta dias, a solução foi iniciar a procura por um novo diretor.
O primeiro nome cogitado foi o do diretor Steven Spielberg, entretanto, o alto salário pedido por ele preocupou os produtores que decidiram esperar o resultado do filme TUBARÃO, mediante o sucesso, Salkind tentou chamá-lo para dirigir SUPERMAN, porém ele já estava comprometido com a direção do filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau.
Cerca de seis milhões de dólares já haviam sido gastos em testes com os efeitos especiais e o projeto continuava sem diretor, foi quando Salkind viu o filme A Profecia, do diretor Richard Donner, que aceitou o encargo de dirigir dois filmes pela quantia de um milhão de dólares e pela oportunidade de trabalhar ao lado de atores da categoria de Marlon Brando e Gene Hackman.
Durante o período de testes para os papeis de Clark e Lois, Donner mantinha contato com o ator Gene Hackman para o papel de Lex Luthor, arqui-inimigo do Superman, pelo qual embolsou a quantia de dois milhões de dólares. Nessa época, Gene usava um farto bigode e já havia declarado que de maneira nenhuma rasparia os cabelos e principalmente o bigode.
A produção resolveu o problema dos cabelos com a ideia de que Luthor usaria várias perucas, já em relação ao bigode era outro problema. Hackman estava hospedado no Bervely Hills Hotel e havia dito no primeiro contato por telefone ao diretor que não iria tirar o bigode, Donner que disse que também usava bigode e que se Gene tirasse o seu, ele faria o mesmo.
Depois de um tempo Gene aceitou, no dia em que iriam se conhecer Gene estava sem bigode, enquanto Donner ainda usava o seu. Gene o lembrou que ele deveria ter tirado o bigode também, Dick não teve duvida, pegou uma das pontas do farto bigode o puxou, na verdade ele era um bigode cenográfico. Essa situação hilária fez nascer uma grande amizade entre eles. Com isso os nomes de Marlon Brando, Gene Hackman e Mario Puzo foram fundamentais para a continuação do projeto.
Donner recebeu o roteiro escrito por Puzo e revisado por Robert Benton e pelo casal David e Marilyn Newman, por ser fantasioso demais. A solução encontrada pelo diretor foi chamar o seu grande amigo Tom Malkiewcz, roteirista de vários filmes de 007, que reescreveu o roteiro, e na medida do possível tornando-o o mais realista possível. Por esse trabalho, Tom foi creditado como Consultou Criativo, isso desagradou Donner, que sempre considerou o amigo como um dos roteiristas do filme.
Para o papel de Clark Kent/Superman, foram estudados nomes como Paul Newman, Robert Redford, Arnold Schwarzenegger, Charles Bronson, Warren Beatty, Burt Reynolds, James Caan e Kris Kristopherson. No entanto, Donner queria alguém desconhecido, e depois de muita luta conseguiu. Para isso contou com a ajuda do diretor de elenco Lynn Stalmaster para a tarefa de encontrar o ator certo.
O escolhido foi o desconhecido Christopher Reeve, um jovem ator de teatro, em inicio de carreira e com pouca experiência no cinema, de apenas 24 anos. Chris, como era chamado, nasceu na cidade de Princeton, nos Estados Unidos, no dia 25 de setembro de 1952, era filho da jornalista Bárbara Johnson e do professor e escritor Franklin Reeve.
Apesar de não ser famoso, já atuava desde os 10 anos, seu primeiro trabalho foi uma peça na Broadway com a atriz Katharine Hepburn em “A Matther of Gravity” em 1976, logo após, fez uma pequena participação no filme S.O.S. Submarino Nuclear, com os atores Chalton Heston e David Carradine.
Ele conseguiu o papel principal quando estava ajudando as atrizes que faziam testes para o papel de Lois Lane. Com o ator principal escolhido finalmente puderam dar inicio às filmagens no dia 28 de março de 1977, mas ainda havia um problema, o físico franzino de Reeve, para resolver isso foi contratado o ator e preparador físico David Prowse, que um ano antes havia interpretado o vilão Darth Vader no filme Star Wars.
Além dos exercícios, Reeve passou a tomar injeções de vitamina B-12 e bebidas energéticas, tudo isso para que o ator pudesse suportar as cenas de voo. A mudança foi fantástica, em poucas semanas Chris teve um aumento de cerca de 15kg de massa muscular, o que acarretou problemas, ele teve que refazer todas as cenas que já havia gravado tudo por causa da visível mudança no seu corpo. Salkind queria que o filme fosse lançado no ano seguinte, exatamente quarenta anos após a estreia do personagem na revista Action Comics #01.
 Clark Kent interpretado por Reeve foi cuidadosamente apresentado no auge dos seus 30 anos, como um modelo de comportamento, um personagem de caráter excepcional, oriundo de uma cidade do interior, que conseguiu o sucesso profissional em uma grande cidade através do seu trabalho. Kent é a imagem do bom homem, honesto e principalmente justo, porém muito atrapalhado e bastante tímido. Chris contou na sua biografia que usou como inspiração a interpretação de Cary Grand no filme “Levada da Breca”, uma comédia do diretor Howard Haws, filmada em 1938. Foi durante as filmagens em Londres, que Reeve conheceu sua primeira esposa, a modelo Gae Exton, com quem teve dois filhos. Em uma entrevista, dada há alguns anos, o ator Christopher Reeve comentou a respeito do seu personagem mais famoso:
“É impossível ser indiferente ao Superman. Eu vi crianças morrendo de tumores cerebrais que queriam como seus últimos desejos, conversar comigo, e eu fui aos seus túmulos contente por saber que suas crenças no personagem permaneceram intactas. Compreendi que o Superman realmente importa. Contudo, o instrumento de conexão com elas não é exatamente o fato dele ser um super-herói, mas sim, algo muito mais simples: a habilidade de transpor obstáculos, perseverar, compreender as dificuldades e dar as costas a elas!”
Para o papel de Lois Lane, foram cogitadas as atrizes Anne Archer, Lesley Anne Warren e Stockard Channing. No entanto a escolhida foi a canadense Margareth Ruth Kidder, ou como ficou conhecida depois Margot Kidder, pela sua maneira natural de interpretar. Kidder tinha feito o filme “Irmãs Diabólicas”, feito pelo diretor Brian De Palma em 1973.
O visual do filme ficou a cargo do desenhista de produção John Barry, responsável pelos cenários do primeiro Star Wars. John ficou encarregado de criar as imagens do planeta Krypton e da Fortaleza da Solidão. Enquanto o diretor de fotografia Geoffrey Unsworth cuidou das imagens externas, seu trabalho pode ser visto nas belas imagens da juventude de Clark em Smallville, todas filmadas no interior do Canadá. Infelizmente Barry e Unsworth faleceram pouco tempo depois do lançamento do filme.
O problema agora era como realizar as cenas de voo, já haviam sidos gastos cerca de US$ 1.000,000,00 em tentativas de fazer um homem voas, desde lançar um boneco com um canhão de pressão, usar um aeromodelo no formato e nas cores do herói e pensaram até mesmo em usar as técnicas de desenho animado, da mesma maneira como era usado no antigo seriado de cinema de 1949. A solução encontrada foi usar uma versão mais moderna do Chroma Key, juntamente com um conjunto de novas câmeras chamadas Zoptic, essa técnica foi desenvolvida pelo supervisor de efeitos ópticos Roy Field e por Zoram Perisic.
Essa tecnologia permitia a realização de filmagens de cenas de voo em alta velocidade, como por exemplo, na perseguição ao míssil nuclear. Enquanto isso, as cenas de decolagem e pousos ficaram sob a responsabilidade de Collin Chilvers e Derek Meddings.
Collin desenvolveu um sistema de cabos finos o bastante para não aparecerem nas telas, mas fortes o suficiente para suportarem o peso de um homem. Com essa técnica Chris conseguia realizar pousos, decolagens e pequenos voos perfeitamente, enquanto isso, Meddings criou miniaturas especiais, essas miniaturas podem ser vistas na sequência de perseguição aérea entre o Superman e os supervilões no segundo filme.
Esses truques permitiram aos fãs, acompanhar os olhares e gestos do Superman durante os voos sobre Metrópoles. Com o trabalho desses quatro, foi realmente possível acreditar que um homem podia voar.
Nesse momento a produção já estava tão cara que só os créditos iniciais custavam à soma de US$ 2.000.000,00, uma verdadeira fortuna na época. As filmagens seguiam seu cronograma, porém por trás das câmaras, o clima fervia ente Richard Donner e os Salkinds, como as filmagens dos dois filmes já ultrapassavam a cifra de US$ 50.000.000,00 a situação chegou ao ponto dos Salkinds pedirem empréstimos a Warner, que aceitaram emprestar o dinheiro, sob a condição de que a cota nos lucros dos produtores fosse reduzida.
Em uma entrevista dada a revista Cinefantastique em 1979, o diretor Donner afirmou que, os Salkinds o culpavam pela sua diminuição na parcela de lucros, isso começou uma briga interna, que ameaçou as filmagens, para evitar que o pior viesse acontecer foi necessário a intervenção de Richard Lester, que passou a servir de contato entre as partes em conflito. Em certo momento Lester sugeriu a Donner que parasse as filmagens do segundo filme e concentra-se apenas no primeiro.
Em dezembro de 1978 SUPERMAN chegava finalmente aos cinemas com sucesso absoluto nas bilheterias do mundo todo e sob os acordes metálicos de uma trilha sonora magnífica composta pelo talentoso John Williams, faturando a soma de US$ 190.000.000,00 no território americano, isso sem contar na arrecadação com o licenciamento da marca para vários produtos, no total SUPERMAN faturou um total de US$ 321.000.000,00. Em uma entrevista logo após a estreia do filme, Chris falou que ser escolhido para o papel principal foi como ganhar na loteria, mesmo sabendo que correria o risco de ficar preso a um único personagem.
O filme contou com a participação mais de que especial de Kirk Alyn e Noel Neill nos papeis dos pais de Lois Lane, os dois podem ser visto na cena onde o jovem Clark aposta corrida contra uma locomotiva. A cena mais marcante dessa produção é a primeira aparição do herói, quando ele salva a repórter Lois Lane, que esta caindo do topo do edifício do Daily Planet com uma mão e pega um helicóptero em queda livre com a outra. O filme ganhou um Oscar especial concedido pela Academia, em decorrência dos ótimos efeitos especiais mostrados.
Recebeu ainda mais três indicações: Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Edição, também teve uma indicação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora e ganhou um Grammy na mesma categoria. A apoteose do filme encontre-se no momento onde o Superman decide mudar o curso da história para devolver a vida à repórter Lois Lane. Esse ato pode ser considerado como o primeiro grande momento de questionamento, sobre a ação de um super-herói sobre a história humana.
Ele fez isso por arrependimento, já que momento antes se encontrava em um grande dilema, salvar seu amor ou a nação que o havia adotado? A única escolha possível era aquela digna de um herói como o Superman, o salvamento de centenas de vidas inocentes.
Mesmo com todo o sucesso do primeiro filme, os Salkind tiveram um duro golpe, os atores Marlon Brando, Christopher Reeve, o roteirista Mario Puzo e o próprio diretor Richard Donner, abriram processos exigindo mais dinheiro, os Salkinds ficaram ressentidos, principalmente com o Donner, que os havia atacado em várias entrevistas durante a divulgação do primeiro filme.
Com isso eles tiveram a justificativa de tomarem uma atitude que queriam a muito tempo, a demissão do Richard Donner. Em agosto de 1979, toda a equipe técnica e os atores estavam se preparando para retomar as filmagens de “Superman II”, que já contava com cerca de 40%, 50% das filmagens concluídas, quando tiveram uma desagradável surpresa com a retirada do Donner da cadeira de diretor do longa, a repercussão foi tão grande que os atores ameaçaram entrar em greve.
Para evitar maiores prejuízos, os Salkinds chamaram o assistente de direção Richard Lester, que já havia trabalhado antes com os produtores, como diretor dos filmes “The Three Musketeers” (Os Três Mosqueteiros) de 1973 e “The Four Musketeers” (A Vingança de Milady) de 1974.
Lester se achou diante de algumas decisões difíceis, tais como concluir o filme, sem as presenças do Marlon Brando e Gene Hackman. Em relação ao Brando, a decisão foi financeira, já que o ator iria receber uma porcentagem grande do lucro desse segundo filme, já no caso do Hackman, ele se negou a retornar a um filme que não teria mais o seu amigo Donner na direção, tal atitude forçou a produção a contratar  um sósia do ator e um dublê de voz para as cenas que faltavam.
O diretor Richard Lester resolveu conduzir o roteiro para uma direção mais fantasiosa que o primeiro longa, tendo mais ênfase nas cenas de batalha entre Superman e três criminosos kryptonianos, o General Zod, a maquiavélica Ursa e o gigante mudo Non, os mesmos que vimos no inicio do primeiro filme, sendo condenados por Jor-El (Marlon Brando) à Zona Fantasma. Os três foram interpretados pelos atores Terence Stamp, Sarah Douglas e Jack O´Halloran, respectivamente.
Nesta nova produção, o Homem de Aço desiste de seus poderes para poder ficar com a Lois Lane, em decorrência dessa decisão, o herói encontra-se impotente diante do trio de vilões kryptonianos. No fim, Clark recupera seus poderes, tem uma árdua luta com os três e, é claro, salva o mundo.
Mesmo com todos esses percalços, “Superman II” teve sua estreia em junho de 1981 e mesmo com uma direção muito inferior ao primeiro, esse longa conseguiu arrecadar um total de cento e oito milhões de dólares, bem menos que os cento e quarenta e quatro milhões arrecadados em “Superman: The Movie”, e ficou em terceiro lugar naquele ano, atrás de “Raiders of the Lost Ark” (Os Caçadores da Arca Perdida) e “On Golden Pond” (Num lago dourado).
Os Salkinds estavam tão certos do sucesso do filme que nos créditos finais temos a frase profetica:
“Em breve: Superman III”.
Nas próximas semanas trarei as histórias dos filmes “Superman III” e “Superman IV: Em Busca da Paz” (Superman IV: The Quest for Peace).

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  • Leonardo Vieira

    Mais um ótimo texto sobre esse personagem maravilhoso! Valeu Josélio, aguardando as proximas partes!! o

    • Joselio Bezerra

      Muito obrigado Leo!