LIVRO OS ÚLTIMOS DIAS DE KRYPTON (COM SPOILERS)

Por Josélio Bezerra.
Desta vez trago para vocês o review de um excelente livro, ambientado no Universo DC.
Sempre que for possível colocarei algumas imagens sobre o tema em questão, no caso01 de hoje usarei imagens do longa “Man of Steel”, lançado em 2013.
Bom, vamos lá. Alguns anos atrás, mais precisamente em maio de 2013 chegava nas livrarias brasileiras o romance “Os Últimos Dias de Krypton” (The Last Days of Krypton) publicado originalmente em outubro de 2007. A versão brasileira foi lançada pela Editora Leya em uma edição de capa cartão, com cerca de 464 páginas.
O romance foi escrito pelo Kevin J. Anderson, um dos principais romancistas de livros de ficção científica da atualidade, que tem em seu currículo romances situados nos universos de “Star Wars” e “X-Files”, além da expansão de “Duna”, de Frank Herbert, e sua própria série “Saga of Seven Suns”.
Anderson tem mais de 120 livros publicados e dentre os quais, 50 se tornaram best-sellers, como forma de se superar, ele resolveu encarar a proposta de trabalhar com uma das histórias mais conhecidas do mundo, os últimos acontecimentos do planeta Krypton, uma história com mais de 80 anos de criação.
E ele conseguiu, criou uma narrativa que surpreende de uma forma impactante, até o mais assíduo fã do Último Filho de Krypton. O desafio era abordar algo totalmente inédito, algo que não habia sito feito nas HQs, desenhos animados, séries televisivas e filmes.
Trazer uma linha cronológica que fosse nova, porém sem deixar de ser coerente com tudo que já foi escrito e mostrado sobre o planeta, como era a vida kryptoniana, como e porque o mesmo foi destruído. Esse livro pode ser considerado uma verdadeira joia da literatura, que se tornou um divisor de águas entre as mídias dos super-heróis, que ainda permanecia limitado apenas aos mundos das HQs, séries de TV e longas animados. Conseguindo com isso causar um verdadeiro frisson no coração dos mais exigentes fãs.

Até então essas questões estavam obscuras composta apenas de informações soltas, desordenadas e sem uma linha histórica que legitimassem a trajetória de um planeta e sua civilização extremamente avançados. Isto é, o romancista deu uma linearidade na até então inexistente história sobre o planeta Krypton, uma tarefa tão complexa que poderia ser digna dos feitos do próprio Homem de Aço, e que foi realizada com maestria pelo Kevin.
Sinopse:
“Antes de haver o Homem de Aço, havia Krypton, e antes da hecatombe que fez com que o pequeno Kal-El fosse enviado em uma nave para a Terra, onde um futuro extraordinário, onde viveria como o Campeão da Terra, seu planeta natal, Krypton, prosperava.
Antes da traição, da tecnologia e da natureza conspirarem para condenar uma civilização incomparável, os pais biológicos de Kal-El, o brilhante cientista Jor-El e a bela artista plástica e historiadora Lara Lor-Van se conheceram, apaixonaram-se e casaram-se. Em meio a tudo isso, uma grande tragédia se aproximava, um destino horrível, que foi previsto por Jor-El e alardeado para os governantes do planeta, que mudaria a história de Krypton e no entanto daria à Terra o seu maior protetor… O Superman.”
O romance nos mostra os últimos ciclos de vida do gigantesco planeta Krypton, em uma ficção-científica de primeira qualidade. A trama é centrada em uma história fluída, viciante e impecável e nos mostra,
Lendo esse livro temos a impressão, apesar de não haver nada que confirme, que certas partes dele, teria sido usado para mostrar a civilização kryptoniana no começo do longa “Man of Steel”(2013), onde é mostrada que a sociedade kryptoniana não conseguia se livrar de suas tradições retrógradas, que haviam sido enraizadas por milênios.
Aqui vemos Jor-El um brilhante cientistas que se vê obrigado a submeter todas as suas invenções e pesquisas ao ultraconservador Conselho de Krypton, que caso julguem essas pesquisas “perigosas”, as condenam à destruição.
Todo esse conservadorismo, esse medo, começou há mais de mil ciclos, quando um déspota chamado Jax-Ur tentou conquistar o planeta e todas as suas colônias espalhadas pela galáxia. Para isso, ele resolveu fazer uso de uma das armas mais poderosas de seu arsenal, os Dardos Nova, eles foram usados no ataque a uma de suas luas, causando sua destruição e fazendo com que seus destroços fossem visto todas as noites.
Jax-Ur aterrorizou o planeta e, ainda que ele tenha sido destruído, o Conselho continuava a temer o reflexo de seu poderio militar. Com medo que algo assim pudesse se repetir, Krypton era mantido em uma constante censura em relação a evolução tecnológica, e cada uma de suas invenções que era banida, deixava Jor-El ainda mais desgostoso com o atual sistema do planeta.
Krypton temia seu passado porque seu passado era cheio de destruição e morte.
Você mergulha tão profundamente na história que chega a ter raiva dessa inatividade, passividade e medo. Principalmente pelo fato de que sabermos o destino que os aguardava.
O Conselho se comportou assim até um fatídico sequestro ocorrido no meio da noite, sem nenhum aviso e sem nenhuma misericórdia, da capital planetária, a cidade de Kandor, quando feixes de luzes isolaram a cidade, tomando-a de assalto e a encolhendo até o tamanho de um garrafão, deixando uma cicatriz, em forma de uma imensa cratera, no lugar da mais radiante cidade kryptoniana.
Sem conseguir acreditar em seu fracasso como protetor do planeta, o Comissário Zod encontrou-se, na beira do abismo que antes era Kandor, frente a frente com o algoz do planeta, a criatura conhecida como Brainiac, oriundo do planeta tecnológico Colu, que alegava ser um coletor de dados.
Aproveitando de todo o pânico generalizado entre a população, o Comissário fez sua ascensão ao poder máximo em Krypton, assumindo o título de General Zod, fazendo com que os últimos dias de Krypton fossem repletos de batalhas em uma guerra civil, principalmente contra a cidade de Argo, que na época era comandada pelo irmão de Jor-El, o também cientistas Zor-El e sua esposa Alura.
Durante a leitura descobrimos como Jor-El descobriu sobre o planeta Terra, como ele conseguiu em pouco tempo desenvolver a viagem intergaláctica e até uma ligação com o fim da civilização marciana, fato inédito na cronologia oficial do Universo DC.
No meio dessas atribulações Jor-El recebe a notícia de que será pai, o que faz com que ele tenha as suas esperanças em um novo Krypton renovadas, só que o anúncio dessa gravidez marca o início da contagem regressiva para a destruição do planeta.
A única dúvida que fica para quem esta lendo é o que realmente causará a morte do planeta, se é as alterações do Sol, a instabilidade do núcleo planetário ou os desmando do agora Líder Supremo “General” Zod.
A leitura de “Os Últimos Dias de Krypton é obrigatória para qualquer fã do Homem de Aço e da DC”.
A narrativa de Kevin J. Anderson é simples e bem escrita, nos dando a oportunidade perfeita de
mergulharmos mais profundamente no universo do Superman, enquanto vai construindo um mundo impecável, cheio de personagens marcantes.
Kevin, de forma eficiente, conseguiu a façanha de criar uma história nova, dentro da lenda que todos nós já conhecemos e vimos uma centena de vezes, chegando ao ponto de que por um momento, nos damos ao luxo de torcer pelo casal Jor-El e Lara, mesmo sabendo qual o destino reservado aos dois e de todo o planeta, destino este já determinado há mais de 80 anos.
Tudo isso faz de “Os Últimos Dias de Krypton” uma leitura excelente para qualquer um, que nos brinda com uma das melhores versões, em qualquer mídia, do que aconteceu em Krypton antes deste ser destruído, e com isso presenteando a Terra com seu maior Campeão e seu símbolo de esperança, “A serpente no Cristal”, o símbolo da Casa de El.
Posso garantir que todos aqueles que vierem a ler essa aventura, vão participar de uma experiência rara.
Nota: 10.

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  • Leonardo Vieira

    Ótima resenha! Vou ler este em breve!!

    • Joselio Bezerra

      Vlw pela visita e o comentário Leo.

      E leia, teve mais coisas que não deixei no post, garanto que você não vai se arrepender.

      Um grande abraço.